Quarenta e quatro porcento das crianças têm colesterol elevado
7 de novembro de 2008 | Autor: antonini
Sabem o que acontece se o colesterol for eliminado
do organismo humano? Puberdade tardia, distúrbios homeostásicos,
inflamações repetidas, problemas ósseos por falta de vitamina D e o mais
grave: hemólise vascular intensa e MORTE! Quem defende a extinção do
colesterol do corpo humano é um idiota, agindo ou sob a batuta da
indústria de alimentos, ou sob a tutela da indústria farmacêutica, ou
ainda, não sabe nada de bioquímica. É mister acabar com essa forma de
bioterrorismo comercial e deixar as pessoas viverem em paz, pois
notícias idiotas como esta, causam preocupação desnecessária e
instalação de problemas psicossomáticos (doença real provocada pelo
psiquismo).
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JULLIANE SILVEIRA
da Folha de S.Paulo
MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas
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Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com 1.937
crianças e adolescentes entre dois e 19 anos atendidos no Hospital das
Clínicas da universidade constatou que quase metade deles possui índices
altos de colesterol e triglicérides.
Segundo o estudo, realizado entre 2000 e 2007, 44% dos pesquisados
apresentaram índices elevados de colesterol.
“Eu exagerava nos alimentos ricos em gordura quando tinha 11 anos e meu
colesterol estava em 269 mg/dL. Então iniciei o tratamento com dieta e
esportes. Hoje meu colesterol é 160 mg/dL”, diz a estudante Jéssica
Rossi Ruggeri, 17, que ainda precisa diminuir seu índice.
A pesquisadora responsável, Eliana Cotta de Faria, do Departamento de
Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, atribui
os altos índices a fatores de risco como sedentarismo, má alimentação,
obesidade e diabetes, além da hereditariedade.
De acordo com a pesquisa, 44% das crianças entre dois e nove anos
apresentaram valores alterados do colesterol total, 36%, do LDL
(colesterol ruim) e 56%, dos triglicérides. Os altos índices de
triglicérides estão associados a um risco maior de doença coronariana.
O resultado foi muito similar no grupo dos adolescentes e jovens de dez
a 19 anos. “Não é de se estranhar que a população hospitalar tivesse
índices um pouco mais altos. Mas não imaginávamos que estes índices
seriam tão altos”, diz Faria.
Não há dados brasileiros sobre a taxa de colesterol entre crianças e
adolescentes, e, segundo Ieda Jatene, presidente do departamento de
cardiologia pediátrica da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) não
é possível extrapolar os números encontrados na Unicamp para o resto do
país.
Gordura trans
Para Roseli Sarni, pediatra e presidente do Departamento de Nutrologia
da Sociedade Brasileira de Pediatria, uma das explicações para os níveis
elevados de colesterol, além de maus hábitos alimentares em geral, é o
mau entendimento dos rótulos de produtos com gordura trans. “Quando a
mãe lê zero, ela entende que o alimento é livre desse tipo de gordura, o
que não é verdade”, diz. A legislação admite que o fabricante diga que
seu produto tem “0% de gordura trans” quando tem até 0,2 g do elemento
por porção. Com isso, a criança é liberada a consumir alimentos com esse
tipo de gordura.
A prevenção, segundo Eliana Faria, começa com o estilo de vida da
família, que é transposto para a realidade da criança. “Uma criança não
pode decidir comer mais legumes se os pais não compram legumes”, diz.
Para diminuir os níveis de colesterol no sangue, devem ser priorizados
dieta balanceada e exercícios físicos. É preciso estimular o consumo de
frutas, verduras, legumes e peixes marinhos, reduzir o consumo de óleos,
açúcares e gorduras e preferir alimentos integrais.
As mudanças, no entanto, não devem ser drásticas, pois a criança pode
ficar ainda mais resistente em mudar sua alimentação. “Começamos com uma
mudança quantitativa, para depois fazer a qualitativa”, diz Sarni. Isto
é: o recomendado é reduzir alimentos que aumentam o colesterol ruim,
para, gradativamente, substituí-los por opções mais saudáveis.
Medicamentos
Em julho, a Academia Americana de Pediatria tomou uma decisão radical em
relação às crianças com colesterol alto: orientou que os pequenos acima
de oito anos sejam medicados com drogas (estatinas) para prevenir
doenças cardíacas.
No Brasil, os pediatras indicam medicamentos a partir dos dez anos, mas
apenas para crianças com uma doença genética chamada hipercolesterolemia
familiar, que eleva os níveis de colesterol, independentemente do estilo
de vida. Para as demais, eles defendem uma dieta equilibrada associada a
exercícios físicos.
A cautela tem justificativa. Não há estudos a longo prazo sobre o uso
das estatinas em crianças ou que mostrem que, usando a medicação
precocemente, elas estarão mais protegidas do que aquelas que iniciaram
a terapia na vida adulta.
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