Isso é muito sério
27 de fevereiro de 2013 |
Autor: antonini
Uso frequente de aspirina eleva risco de perda da visão em idosos,
diz estudo. Leia
aqui
20/12/2012 18h21
Tomar aspirina regularmente durante períodos prolongados pode
aumentar o risco de que a pessoa apresente degeneração macular -
transtorno associado à idade que provoca perda de visão. Essa foi
a conclusão de um estudo com quase 5.000 participantes realizado
nos Estados Unidos.
Baseado em dados colhidos ao longo de 20 anos, o trabalho foi
publicado na revista científica Journal of the American Medical
Association (Jama, na sigla em inglês).
O aumento nos riscos foi relativamente modesto: participantes que
tomaram aspirina regularmente (mais de duas vezes por semana
durante três meses) ao longo de dez anos ou mais apresentam quase
duas vezes mais riscos de desenvolver degeneração macular do que
os que não tomaram o medicamento.
Os riscos de vir a sofrer do problema são de 1% para quem não
tomou aspirina e 1,8% para quem tomou. Quando se leva em conta o
fato de que um alto número de pessoas consome aspirina com
frequência, o aumento no risco passa a ser significativo, dizem os
especialistas.
Benefícios da aspirina
A degeneração macular é a principal causa da perda de visão entre
pessoas maiores de 60 anos. A enfermidade afeta a mácula - parte
do olho que permite à pessoa ver imagens em detalhes - e pode,
gradualmente, levar à cegueira. Embora exista um tratamento para
retardar a perda de visão, não há uma cura ou forma de recuperar
da visão perdida.
Nos últimos anos, estudos vêm apontando os efeitos protetores da
aspirinas contra várias enfermidades. Especialistas dizem
acreditar, por exemplo, que as propriedades anti-inflamatórias da
substância ajudem a prevenir infartes e outros acidentes
vasculares. Ela também é usada para aliviar a dor e a inflamação
causadas pela artrite. Também há estudos vinculando o usa da
aspirina e a proteção contra alguns tipos de câncer.
Como resultado, milhões de pessoas tomam aspirina regularmente no
mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 19,3% da
população adulta tome aspirina regularmente. E o consumo tende a
aumentar com a idade.
O país também apresenta uma alta incidência de casos de
degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Segundo a Macular
Degeneration Association, 9 milhões de pessoas maiores de 40 anos
sofrem do problema nos Estados Unidos.
Há duas formas de DMRI: a "seca", em que a visão lentamente fica
embaçada, tipo que responde pela maioria dos casos. E a chamada
DMRI "úmida", menos comum, quando aparecem novos vasos sanguíneos
sob a retina, provocando o vazamento de fluidos e levando,
eventualmente, à cegueira.
O estudo
Para estudar a relação entre ingestão de aspirina e DMRI, a
pesquisadora Barbara Klein, da Faculdade de Medicina e Saúde
Pública da Universidade de Wisconsin, em Madison, analisou dados
de um estudo populacional de doenças oculares associadas à idade.
Klein e sua equipe também fizeram testes de visão nos
participantes, que tinham idades entre 43 e 86 anos no início do
estudo. Os testes foram feitos a cada cinco anos durante duas
décadas. Ao analisar os resultados, a equipe levou em conta
fatores como idade, sexo e nível socioeconômico dos participantes.
A incidência de casos de DMRI em indivíduos que haviam ingerido
aspirina durante mais de dez anos foi 1,8%. Entre os que não
tomaram aspirina, a incidência foi 1 %. A degeneração macular
associada ao uso da aspirina é do tipo úmido, segundo os
especialistas. Não houve variação no número de casos de DMRI do
tipo seco.
'Estatisticamente importante'
"A associação entre o uso regular de aspirina e a incidência de
DMRI neovascular (úmida) é pequena, porém estatisticamente
importante", ressaltaram os autores.
Eles acrescentaram que é necessário fazer mais estudos para
confirmar os resultados.
"Se [os resultados] forem confirmados, é importante definir os
mecanismos causais para que se desenvolvam métodos que bloqueiem
esse efeito e previnam ou atrasem o desenvolvimento de DMRI
neovascular em pessoas que tomem aspirina".