Ódio de Steve Jobs pelo Android era real, diz biógrafo

30 de abril de 2012 | Autor: antonini

Steve Jobs tinha todos os motivos do mundo para odiar o Android, especialmente porque o IOS do IPad e IPhone é muito inferior em praticidade e versatilidade que o Android.

Comprei o Motorola Xoom 3G em julho de 2011. O tablet veio equipado com o Android Honeycomb 3.0 que era um tanto travado, pois apesar do equipamento ter leitor de cartões micro SD, o sistema operacional ainda não tinha suporte a leitura e escrita no cartão, mas com a atualização do Honeycomb para a versão 3.1, isso se resolveu. O IPad  não tem leitor de cartão SD, mas isso até não faz tanta diferença porque muitos tablets com Android também não tem.

Após ouvir tantas loas ao IPad e constatar que todo e qualquer programa é feito primeiramente para IPad e depois, se der certo, é portado para o Android e depois de descobrir que a maioria das editoras fazem livros e revistas digitais apensas para o IPad, resolvi comprar um.

Comprei um modelo IPad 2 preto, com 64GB de memória interna e Wi-Fi. Não comprei o modelo com 3G porque este é um item presente no meu Motorola Xoom e que fica ocioso na maior parte do tempo, não justificando os R$300,00 a mais no custo.

Coloquei as mãos na “maravilha” que a Apple tanto gargareja aos quatro ventos e a mídia tendenciosa venera como se fosse uma criação divina, na quinta-feira, dia 29 de março deste ano e no domingo, dia primero de abril (esse desabafo não é mentira de primeiro de abril) a pseudo-maravilha já estava em outras mãos. Dei-a de presente para minha afilhada de batizado. Coitada, ela nem imagina o presente de grego que ganhou.

Por que presente de grego? Muito simples: o IOS é um sistema rústico. Todos os ícones para programas ficam poluindo a área de trabalho, apesar disso não ser tão grave, pois no Android, que tem um ícone nativo para uma pasta no qual ficam os atalhos para os programas, também é possível abarrotar a área de trabalho (desktop) com ícones, sendo isso voluntário e não obrigatório, mas o pior do IOS é não ter um gerenciador de arquivos nativo e QUE FUNCIONE. O Android tem diversos, dentre eles o gerenciador nativo, que vem com o sistema, tendo, além dele, o Astro File Manager,  o ES Explorador de Arquivos, o File Manager HD e muitos outros, quase todos gratuítos e de ótima qualidade, enquanto no IPad não tem nenhum gratuíto que funcione.  Após “fuçar” muito na Apple Store, encontrei um tal de File XT, que até abre uma interface parecida com o File Manager HD do Android, com duas pastas, uma chamada images e outra chamada PDF, mas que não mostra arquivo nenhum, mesmo tendo imagens e PDFs arquivados no equipamento.

Os leitores podem até se perguntar por que um gerenciador de arquivos faz falta, mas quando se tem centenas de arquivos dentro de um tablet e você precisa encontrar qualquer um deles e não se lembra em qual aplicativo foi criado o com qual deles o arquivo procurado é compatível, aí é que um gerenciador de arquivos faz a diferença e isso não tem no IOS, mas tem no Android.

Outra coisa abominável no IPad é a dependência do ITunes para tudo. Não é possível transferir arquivos diretamente para a memória interna do equipamento usando a sincronização simples e direta do tablet com o micro via porta USB. Tudo tem que passar pelo ITunes que se aliena no direito de censurar arquivos conforme seus nomes. Descobri esta “propriedade” do ITunes ao transferir um clipe que baixei do YouTube, converti para o formato do IPad (mp4 H.264) e em cujo título aparecia o termo clit, em inglês, muito utilizado em filmes pornográficos (veja o clipe no YouTube diretamente aqui) e o ITunes não deixou o clipe ser transferido para a memória interna do aparelho. Não houve maneira de transferir o vídeo. O clipe seria utilizado em uma palestra sobre práticas e crimes culturais e acabei levando o meu Motorola Xoom MZ605 para a palestra, pois a “maravilha revolucionária” da Apple me deixou na mão.

O tablet não é invenção da Apple. O conceito por trás deste equipamento vem lá dos anos 50 e 60, com a RAND Corporation, que criou o Rand Tablet (leia um texto sobre evolução dos tablets aqui). A Microsoft, lá pelos idos dos anos 90, em parceria com diversos fabricantes, criou um tablet baseado no conceito da RAND Corporation, com tela sensível ao toque e praticamente tudo o que os tablet atuais tem, mas que não deu certo devido a dois probleminhas básicos: 1. a bateria não durava quase nada devido ao uso de processadores X86 e, 2. pesava mais de dois quilos, o que o tornava difícil de transportar.

A grande mentira que a Apple tenta empurrar goela-a-abaixo na população é que este dispositivo foi ela que inventou e pior, ainda acusar o Google de roubar a ideia dela e criar o Android. Nem o IOS e nem o Android são ideias originias ou invenção de Apple e Google, respectivamente.

O Android é filho do Linux e a versão atual do Honeycomb em uso no Motorola Xoom MZ605 é baseada no kernel 2.6.36.3, enquanto o IOS tem como bisavô o Free BSD. Isso mesmo, Steve Jobs usou o Free BSD como ponto de partida para criar o NextOS (assita ao vídeo do lançamento do sistema aqui), do qual o MacOS é filho e deste originando o IOS, e Jobs acusa o Android de ser um produto roubado.

As acusações que o Android enfrenta por quebra ou violação de patentes resumem-se à interface gráfica, na qual o Google usou recursos e códigos de terceiros e não ao núcleo. Há cerca de dez anos ou pouco menos, uma empresa chamada Caldera Linux, que desenvolvia uma distribuição de mesmo nome, usando o kernel do Linux, adquiriu os direitos sobre o Unix, mudou seu nome para SCO e acusou a comunidade Linux de violação de patentes e sabem o que aconteceu? A comunidade Linux fez circular na Internet um abaixo-assinado intitulado “quero ser processado pela SCO”. Convidada (sob vara) a provar, judicialmente, qual ou quais as linhas do código do Linux foram copiadas ou roubadas do Unix, ela não conseguiu comprovar uma única violação sequer e, para quem não sabe o final infeliz (para a SCO) da história, a empresa, que antes ganhara dinheiro e crescera usando a ideia e o invento de Linux Thorvalds, quebrou e desapareceu do mercado e com isso o Unix, que foi a primeira revolução no mundo dos sistemas operacionais, caiu no esquecimento. Até a Micro$oft, através de seu CEO Steve Ballmer, também andou gritando aos quatro ventos que o Linux violava suas patentes. Não provou nada e teve que calar a boca, sob pena de condenação à indenizações bilionárias.

Aqueles que tiverem alguma dúvida do caráter mesquinho, prepotente e psicopata de Steve Jobs, leiam o fragmento abaixo, transcrito do texto de título acima e que pode ser lido aqui.

“Vou gastar até meu último suspiro se for necessário. Vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem no banco para resolver isso. Vou destruir o Android por que ele é um produto roubado. Vou mover uma guerra termonuclear. Não é uma questão de dinheiro. Eles não podem me pagar. Eu quero é destruí-los.”

No atual estágio de desenvolvimento, recursos e experiência de uso, tanto o IOS, do IPad e do IPhone, da Apple, quanto o Android, do Google, que impulsiona centenas (ou milhares?) de smartphones e tablets de diversos fabricantes, não são verdadeiramente úteis e capazes de substituir os computadores de mesa ou mesmo os portáteis (“laptops” ou “notebooks”), pois não possuem reconhecimento de voz em tempo real por hardware, sem precisar de uma conexão de rede para decodificar a voz gravada pelo equipamento.

Existem dois programas no mercado que fazem este tipo de reconhecimento. Um é o IBM ViaVoice, que tem versão em português do Brasil, mas parou de ser produzido por aqui devido à pirataria, sendo suportado apenas até o Windows XP, e outro é o Dragon Naturally Speaker, da Nuance, atual detentora dos direitos sobre a marca ViaVoice e produtora de versões do Dragon e do ViaVoice apenas em inglês, espanhol, russo, chinês, japonês e italiano.

O Android foi o pioneiro no reconhecimento de voz nativo em sistemas operacionais móveis com o Google Voice. Antes, porém, a Palm já tinha colocado este recurso nos Palmphones (os smartphones da Palm) das linhas Tréo (tanto com OS Garnet, quanto com Windows Mobile) e Centro, através de um programa de terceiro, o Dragon Mobile, também da Nuance, a empresa por trás do motor de reconhecimento de voz usado pela SIRI, a assistente pessoal virtual do IPhone 4S. A Apple copiou o recurso do Android tão fielmente que também precisa de uma conexão de rede para enviar a voz gravada para um servidor decodificar e devolver o texto, o que toma tempo, provoca erros no reconhecimento e transcrição e ainda, custa caro.


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