16 de agosto de 2010 | Autor: antonini
Períodos de temperaturas mais frias estão relacionados com um
aumento no risco de infartos agudos do miocárdio, de acordo com um
estudo da London School of Hygiene & Tropical Medicine, no Reino
Unido.
Agência
FAPESP. Domingo, 15 de agosto de 2010 –
16h12
Os pesquisadores verificaram que uma redução em 1º C na temperatura
externa em um dia esteve associada com cerca de 200 infartos a mais
do que a média anual.
A pesquisa, publicada no British Medical Journal, foi feita a partir
da análise de dados de 84 mil pacientes admitidos em hospitais com
episódios de infarto entre 2003 e 2006. Os dados foram comparados
com temperaturas diárias das regiões em que eles moravam. Foram
avaliadas 15 áreas na Inglaterra e no País de Gales.
Os resultados foram ajustados para levar em conta fatores como
poluição do ar, episódios de gripe, sazonalidade e tendências de
longo prazo. O estudo identificou uma associação da redução em 1º C
na temperatura média diária com um aumento cumulativo de 2% no risco
de infartos por um período de 28 dias.
O maior risco foi observado em até duas semanas após a exposição a
temperatura mais baixa. Segundo os cientistas, o aumento no risco
pode parecer pequeno, mas em uma região como o Reino Unido, em que
ocorrem cerca de 146 mil infartos por ano, mesmo uma pequena
elevação resulta em um impacto significativo.
“Pessoas mais velhas, com idades entre 75 e 84 anos, e indivíduos
com histórico de doenças cardiovasculares aparentemente estão mais
vulneráveis aos efeitos das reduções de temperatura”, disse Krishnan
Bhaskaran, principal autor do estudo.
“Não observamos um aumento no número de infartos em temperaturas
mais elevadas, possivelmente porque a temperatura no Reino Unido não
costuma ser muito alta, em termos globais. Mas os resultados do
estudo indicam que o risco aumenta com a queda de temperatura mesmo
no verão”, disse.
Segundo Bhaskaran, mais estudos são necessários para verificar quais
medidas poderiam ser adotadas de modo a evitar o aumento no risco de
casos de infarto agudo do miocárdio, tais como aconselhar a
população, especialmente os mais idosos, a vestir roupas adequadas
às temperaturas mais reduzidas ou manter suas residências aquecidas.
O artigo Short term effects of temperature on risk of myocardial
infarction in England and Wales: time series regression analysis of
the Myocardial Ischaemia National Audit Project registry
(doi:10.1136/bmj.c3823), de Krishnan Bhaskaran e outros, pode ser
lido por assinantes do British Medical Journal em
www.bmj.com.