‘Jornal do Brasil’ circula em papel pela última vez
31 de agosto de 2010 | Autor: antonini
São Paulo – Circula hoje pela última vez a edição impressa do Jornal
do Brasil, fundado há 119 anos, no Rio de Janeiro. De agora em
diante, o JB terá apenas a versão na internet, um recurso para
superar os problemas financeiros da empresa. O passivo acumulado
chega a R$ 800 milhões, em dívidas trabalhistas e fiscais.
Moradores têm dificuldade de encontrar um exemplar do Jornal do
Brasil. Na maioria das bancas da zona sul do Rio de Janeiro, o
jornal não é entregue há mais de um mês. Nesta terça-feira (31), sai
a última edição do JB em papel, depois de 119 anos de existência.
Ele vai continuar sendo editado na internet.
A crise financeira se agravou na década de 90 até que, em 2001, a
família Nascimento Brito arrendou a marca JB para a Docasnet,
empresa de Nelson Tanure. No ano passado, outra marca de jornal
arrendada pelo empresário, a Gazeta Mercantil, também deixou de
circular.
Na sua página na internet, o JB – que chegou a tirar 230 mil
exemplares aos domingos no fim dos anos 60 – lista 50 pontos sobre a
nova fase do jornal. Num deles, se vangloria de ser o primeiro
jornal 100% digital, garante que 150 pessoas estarão envolvidas no
processo digital e que “o Jornal do Brasil está caminhando para uma
nova e melhor fase”. Mas, na Redação, o clima era de luto. Dos 50
jornalistas que trabalham na casa, só 10 devem ficar na versão
digital. Procurado pela reportagem, o empresário Nélson Tanure não
quis falar.
Pedro Grossi, que presidia o jornal, foi contra a decisão de acabar
com o jornal em papel. “Não posso avaliar nem fazer juízo sobre a
opinião do dono. Ele acha que o tecnológico será mais lucrativo”,
lamentou. Segundo Grossi, o jornal estava com tiragem de 30 mil
exemplares (desde 2008, o JB não era auditado pelo Instituto
Verificador de Circulação, IVC).
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.