Folha: “Microsoft critica posição do governo brasileiro
sobre o software livre”
16 de setembro de 2010 | Autor: antonini
Pelo menos nisso o (des)governo brasileiro acertou: uma política de
valorização e priorização do software livre no serviço público e
isso está incomodando a Micro$oft, pois esta deixa de arrancar
milhões de dólares na venda de seus M$-rWindows para o serviço
público brasileiro.
BRUNO ROMANI
ENVIADO ESPECIAL A REDMOND
O presidente da Microsoft na América Latina, Hernán Rincón, mandou
um recado ao governo brasileiro: a inovação de softwares não
acontece nas mãos de governos e sim do setor privado.
A declaração foi feita após ele ser questionado sobre a posição do
governo brasileiro de apoio a programas com código aberto, como o
Linux.
Em encontro com jornalistas da América Latina em Bellevue, Estado
de Washington, ele disse na manha desta terça: “Os governos têm
que se perguntar: o negocio deles é servir os cidadãos ou
desenvolver software? A inovação está no setor privado”.
Segundo Rincón, programas livres demandam mais trabalho e
investimento do governo para mantê-los funcionando e atualizados
–o que não aconteceria quando empresas cuidam disso para o
governo.
O executivo, porém, disse que os dois modelos –software aberto e
fechado– continuarão a coexistir.
Concorrência
Rincón também alfinetou a concorrência que apostam em modelos
abertos e sem custo, como o Google. “Quando você não pode
competir, você se declara aberto. Isso mascara a incompetência”.
O executivo completou: “Quando é conveniente, as empresas se
declaram abertas. Elas usam isso para seu próprio benefício”.
Números
O executivo também apresentou com otimismo números sobre a região.
Segundo ele, em seis dos últimos sete anos, a região teve
crescimento –a exceção foi 2008. E o setor tecnológico teve forte
participação nisso.
Nos últimos anos, o setor tecnológico da América Latina esteve, na
média, de dois a três pontos percentuais acima do do crescimento
da região. Em um ano, por exemplo, em que o crescimento do PIB
regional foi de 5%, a tecnologia da informação cresceu de 7% a 8%.
O Brasil, disse Rincón, teve papel de liderança nesse processo.
A Microsoft da América Latina acompanhou o crescimento. O
executivo disse que a sua divisão é a que mais cresce entre todas
as divisões regionais. A empresa seria três vezes maior em termos
de volume de negócios do que era sete anos atrás.
Segundo ele, 95% dos computadores na América Latina rodam Windows.
A Apple teria 1,3% e Linux de 2% a 3%.
O jornalista viajou a convite da Microsoft