Essa verdade necessita ser lida!!!
15 de novembro de 2008 | Autor: antonini
No dia 16 de setembro de 2008 o Capitalismo mostrou mais uma vez que
é invencível. Quando o poderoso Deus Mercado e a sua indefectível
Auto-Regulação não deram conta do recado, quando a mítica
Eficiência-Da-Iniciativa-Privada mais uma vez mostrou-se uma
falácia, o Capitalismo lançou mão da sua mais poderosa arma secreta.
Aquela que os neo-liberais fingem que não gostam, mas adoram: o
Socialismo!
Mas não se trata de um socialismo qualquer, destes em que a ralé tem
acesso à educação e à saúde.
Estamos falando de um socialismo no qual quem tem
muito dinheiro passa a ter acesso a… Muito dinheiro!
A coisa funciona assim: quando
quebra uma empresa privada das grandonas, os adeptos do
Estado-Mínimo pressionam o Estado – que eles tanto querem abolir –
para que ele intervenha na economia – que eles tanto querem que seja
livre de intervenções – e estatize a empresa privada. Tudo para que
o infalível Deus Mercado possa permanecer infalível e eles possam
continuar falando mal do Estado – que gasta mal e não tem a
eficiência privada.
Assim, em um primeiro momento, socializa-se o prejuízo. Depois de
algum tempo, quando a empresa, agora estatal, passar a dar lucros,
os mesmos que pressionaram pela estatização dirão que o estado não
tem que se meter em áreas que não são exclusivas suas. Por que o
Estado tem que ser proprietário de uma empresa de seguros, se a
iniciativa privada pode fazer isto de modo mais eficiente? Vamos
privatizar! A preço de banana, é claro, porque o Deus Mercado não
vai se dispor a pagar caro por algo estatal.
Passado mais algum tempo, um jornalista aparecerá em um telejornal e
dirá que a empresa está dando muito lucro, suas ações estão em alta
e esta é a prova de que as privatizações são uma maravilha. Um
telespectador jovem ou de memória fraca concordará com o jornalista
e pensará consigo mesmo: “É verdade! Agora eu até ganho um
dinheirinho com as minhas ações desta empresa. Antes, quando era
estatal, eu não ganhava nada“. Esquecido de que, antes de virar um
acionista nano-micro-minúsculo-minoritário da empresa privada, ele e
todos os seus compatriotas tiveram que comprá-la compulsoriamente,
por uma valor que ninguém pagaria por uma empresa falida, e depois a
venderam por uma mixaria, apesar dos protestos de alguns
baderneiros.