Pirataria de software no país resiste, mas é a menor da A.Latina
16 de novembro de 2008 | Autor: antonini
Espero que não estejam contabilizando as cópias de software livre
como pirataria neste relatório, pois software livre dá prejuízo à
indústria de software na medida em que os usuários se libertam da
escravidão da licença de uso que, obviamente, custa dinheiro (e
muito).
Tempos atrás saiu uma reportagem na
Folha de São Paulo, publicada pela Associação Brasileira da
Indústria de Sofware, dizendo que o prejuízo (para eles, lucro para
os usuários) com software livre girava na casa dos R$1,6 bilhões,
números muito parecidos com os publicados agora.
SÃO PAULO (Reuters) – O índice de pirataria de software no
Brasil ainda supera os 50 por cento dos softwares vendidos e caiu
apenas um ponto percentual em 2007 contra 2006, mas é o menor
entre os vizinhos da América Latina e também dentro do bloco
conhecido por BRIC (formado por Brasil, Rússia, Índia e China).
Em 2007, segundo dados apresentados nesta sexta-feira pela
Business Software Alliance (BSA), 59 por cento dos softwares
comercializados no Brasil foram copiados ilegalmente, índice que
era de 60 por cento no ano anterior.
As perdas em receita para a indústria de software, entretanto,
diante do crescimento anual desse mercado, foram maiores: 1,617
bilhão de dólares, ante as perdas de 1,148 bilhão no ano anterior.
A queda na porcentagem pode parecer pequena, mas, na avaliação de
Robert Holleyman, presidente mundial da BSA “mostra uma tendência”
de redução. Além disso, destacou, “o Brasil está abaixo da média
da América Latina, que foi de 65 por cento, e do BRIC, que foi de
75 por cento.”
Para ele, “na medida em que o mundo se volta para as nações do
BRIC, o Brasil estar à frente é uma grande oportunidade”, afirmou
Holleyman, em encontro com a imprensa.
Segundo ele, o governo brasileiro tem sido bastante pró-ativo no
combate à pirataria e reconhece a importância da proteção aos
direitos autorais.
Os membros da BSA estiveram reunidos com o governo brasileiro na
quinta-feira. Para Frank Caramurú, diretor-geral da BSA no Brasil,
o governo está bastante consciente, mas “o que falta é a
conscientização” das pessoas para que o índice brasileiro caia
ainda mais.
“As pessoas relutam a entender que quando usam um software pirata
estão impedindo a economia do país de crescer ou de gerar mais
empregos”, afirmou.
Lição da Rússia
O destaque na pesquisa apresentada nesta sexta-feira, no entanto,
foi a Rússia, que conseguiu reduzir seu índice de pirataria em
sete pontos percentuais em um ano. O país chegou a 2007 com 73 por
cento de índice de pirataria entre os softwares vendidos, ante 80
por cento no ano anterior.
Para Holleyman, “o governo russo se deu conta de que tem uma
indústria de software muito forte e que combater a pirataria nesse
segmento ajudaria a desenvolver a economia do país”.
Entre as medidas adotadas pelo governo russo no ano passado, o
presidente da BSA citou campanhas de conscientização para o
público, o ingresso do país na Organização Mundial do Comércio
(OMC), que obrigou as companhias a cumprirem regras de propriedade
intelectual, e maior fiscalização às empresas usuários de
softwares ilegais.
Segundo o executivo, o fato da indústria estar se fortalecendo
naquele país também fez com que o governo contasse com o empenho
dos próprios desenvolvedores nas ações para coibir a pirataria.
A média mundial de softwares piratas detectados pela BSA foi de 38
por cento–um acréscimo de 3 pontos sobre 2007–, gerando perdas de
47,809 bilhões de dólares a essa indústria, além de redução na
arrecadação de impostos e geração de empregos, como citou a
entidade.
O país com menor nível de pirataria é os Estados Unidos, cujo
índice em 2007 caiu 1 ponto percentual, para 20 por cento do
total.
A nação norte-americana, no entanto, como é o maior mercado
mundial de software, foi a que apresentou a maior perda de
receita: 8,04 bilhões de dólares.
A Armênia foi em 2007 o país com mais alto índice de pirataria de
software, de 93 por cento, ainda que tenha reduzido o percentual
em 2 pontos sobre 2006.
No segundo lugar estão empatados Bangladesh, Moldova e Azerbaijão,
com 92 por cento dos softwares ilegais.
(Reportagem de Taís Fuoco, Edição de Alberto Alerigi Jr.)