Tema de propriedade e solução de
inteira responsabilidade do Farmacêutico.
A automedicação é uma realidade presente em
nossa sociedade, que reflete o aumento do desenvolvimento humano em
uma de suas faces e em outra, paradoxalmente, a crescente
desigualdade social que limita o acesso ao profissional médico.Dessa
forma, as principais organizações internacionais como Organização
Mundial de Saúde (1998), entendem a automedicação responsável como
uma prática recomenda e aponta um importante papel do farmacêutico
nos auto cuidados, ao destacar suas funções de comunicador,
dispensador qualificado de medicamentos e suas habilidades como
promotor, protetor e recuperador da saúde coletiva.Do ponto de vista
econômico os medicamentos e produtos de saúde envolvidos na
automedicação e nos auto cuidados , de acordo com a Febrafar em 2007
responderam por 30% do total de vendas ao varejo, e com forte
tendência de aumento de participação nos próximos anos.
Vislumbra-se nesse ambiente, o terreno propício para que o
farmacêutico encontre uma nova identidade e significado para sua
práxis profissional e quem sabe ache aí o futuro da sua profissão,
que seria o de prestador de serviços especializados em automedicação
e auto-cuidados.
Para isso, é necessário que o farmacêutico e as suas entidades de
classe desmitifiquem a automedicação à luz do conhecimento técnico e
científico enfocados no contexto sócio-econômico e cultural
brasileiro, assumindo uma posição corajosa de responsabilidade pela
automedicação e a propriedade de transformar um problema em solução.
Atualmente o farmacêutico tem se posicionado de forma tímida sobre a
matéria, expondo sua minoridade profissional ao permitir que outros
definam estratégias de ação no que seria seu campo de atuação.
A atuação do farmacêutico em sua farmácia na automedicação é de
grande importância social, pois em diversas circunstâncias ele é o
primeiro, o último e, em muitas vezes, o único profissional de saúde
que entra em contato com o paciente.
Sendo, portanto, um estratégico agente de triagem do Sistema Único
de Saúde, que irá contribuir de forma substancial a otimização de
suas ações e investimentos.
Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios,
financiada pelo Ministério da Saúde em 1998, a Farmácia é apontada
como um dos principais serviços utilizados pela população em caso de
necessidade.
Portanto, é necessário que farmacêuticos, médicos e autoridades
sanitárias estabeleçam critérios de consenso para que o imperativo
categórico da automedicação seja a garantia do uso seguro e racional
dos medicamentos, objetivando a melhora da qualidade de vida do
cidadão. E que, por meio desse ponto de vista diferenciado e
esclarecedor sobre a automedicação, o farmacêutico como perito,
construa uma realidade que seja aceita por toda a sociedade,
ajudando-o a resgatar o seu tão merecido prestígio social.