Cabeça nas nuvens
19 de fevereiro de 2009 | Autor: antonini
O transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade não termina na infância. Ao contrário do que se supunha
há alguns anos, pode prosseguir pela adolescência e chegar à idade
adulta
por
Mônica Carolina Miranda
Inúmeras pesquisas têm indicado nos últimos anos que, diferentemente do
que se pensava, os sintomas do transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDA/H) não desaparecem na adolescência. A
característica essencial desse problema de saúde mental é um padrão
persistente e acentuado de desatenção e/ou hiperatividade. Estudos
longitudinais mostram que o TDA/H persiste na vida adulta em torno de
60% a 70% dos casos.
O transtorno pode ser diagnosticado tanto em crianças como em
adolescentes e adultos. Estudos nacionais e internacionais apontam
prevalência de 3% a 6% nas crianças em idade escolar e de até 5% em
adolescentes e adultos. De forma geral, pessoas com TDA/H tendem a
apresentar dificuldades de concentração, problemas de aprendizado,
distúrbios motores e de comportamento, instabilidade, hiperatividade e
retardos da fala.
Embora a maioria dos indivíduos apresente sintomas tanto de desatenção
como de impulsividade, em alguns há predominância de um ou outro padrão.
Fatores preditivos da persistência nos adultos incluem história familiar
de TDA/H, comorbidade psiquiátrica e adversidades psicossociais.
Sinais coumuns
Crianças com o transtorno não conseguem ficar sentadas em sala de aula e
prestar atenção por muito tempo. Com freqüência, são rejeitadas por
colegas em razão da inquietude, agravada pelos comportamentos
impulsivos. Se não há intervenção, os problemas acadêmicos e sociais
tendem a piorar, levando a conseqüências adversas no futuro.
Mônica Carolina Miranda é neuropsicóloga, pesquisadora
e coordenadora do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil
(Nani), da Unifesp, e professora do curso de psicologia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.