Está aí, muito bem explicado, porque o software
livre não “decola” no Basil: desonestidade, ganância, imperialismo,
falta de vergonha na cara de empresários, PARLAMENTARES, (dês)governo e,
principalmente, usuários. Os empresários querem apenas faturar com as
licenças do M$-rWindows. Os parlamentares ao invés de fazerem leis duras
e sérias que incentivem a indústiria nacional, o software livre e a
autonomia brasileira na área de informática, estão preocupados apenas em
quanto lucrarão, em propinas, vendendo-se à Micro$oft. O (dês)governo
apenas criou o programa com fins eleitoreiros e não o fiscaliza e o
usuário que, se achando muito esperto, compra um PC com Linux, pois é
mais barato, e coloca uma cópia pirateada do M$-rWindows. Se não
existisse o usuário burro e metido a espertalhão, o software livre teria
tudo para dominar o Brasil, mas, como sempre, o Brasil fica a
mercê de gente BURRA e desonesta.
O programa do PC Conectado, iniciado em 2005, trouxe uma idéia que a
princípio parecia muito boa: oferecer incentivos fiscais para PCs de
baixo custo com
Linux,
cujos fabricantes se comprometessem em fornecer suporte aos softwares
por um período de um ano e cumprissem alguns outros pré-requisitos.
Na época, a medida foi festejada por muitos, como uma forna de
incentivar a produção nacional de softwares e de suporte aos usuários,
ajudando a reduzir a dependência tecnológica do país e outras idéias
nobres.
Até certo ponto, o programa atingiu seus objetivos, já que as reduções
nos preços dos equipamentos permitiram que muitos comprassem o primeiro
PC, sem falar nos tantos outros que puderam trocar os micros antigos por
PCs e
notebooks novos. Os incentivos fiscais também
fizeram com que muitas empresas montassem fábricas na Zona Franca de
Manaus, passando a executar alguns passos da produção no Brasil, em vez
de simplesmente importarem todos os equipamentos.
Por outro lado, o programa trouxe um lado ruim, que foi o surgimento de
diversas
pseudo-distribuições,
que se aproveitaram de brechas nas regras para ganharem algum dinheiro
com o programa.
Em resumo, o programa do
Computador para todos especificava que
distribuições interessadas em participar deveriam fornecer uma lista de
aplicativos pré-instalados e prestarem suporte telefônico aos usuários
por um ano, recebendo um total de R$ 30 por PC vendido com o sistema.
A idéia pode parecer boa em teoria, mas na prática esbarra em um
problema muito simples: o custo de prestar suporte telefônico a usuários
finais é muito alto (devido ao volume de chamados e a grande variedade
de temas a cobrir) e é inviável prestar suporte por esse valor. Não
importa qual seja a metodologia aplicada. Se os usuários realmente
começam a usar o suporte, a empresa passa a ter prejuízo e o modelo de
negócios simplesmente entra em colapso.
Como as empresas recebiam os 30 reais “por cabeça”, independentemente de
o usuário usar o sistema ou não, a solução adotada por muitas das
participantes foi tão simples quanto cruel: oferecer sistemas ruins a
ponto de que os usuários desistissem de utilizá-los, fazendo com que as
chamadas de suporte fossem poucas e os 30 reais (multiplicados por
algumas centenas de milhares de unidades) se convertessem em lucro.
Como os pré-requisitos especificados nas regras do programa incluíam
apenas uma lista de fatores isolados (incluir uma lista de 28
aplicativos, ser configurado para o hardware da máquina, etc.), era
fácil para estas empresas criarem distribuições que cumprissem os
pré-requisitos estabelecidos, muito embora o resultado final fosse muito
ruim. Como pode ver, é mais um caso em que o “jeitinho brasileiro”
prevaleceu.
O nicho seguinte, foi o de integradores interessados em venderem PCs de
baixo custo, fazendo ou não parte do programa. Grandes fabricantes e
integradores quase nunca vendem PCs sem algum sistema operacional
instalado. Isso está em grande parte relacionado à ação da ABES e outras
entidades anti-pirataria, que argumentam que PCs vendidos sem sistema
operacional incentivam a pirataria (como se todos usassem Windows…).
O grande problema para os fabricantes é que, ao fornecer um sistema
pré-instalado, eles acabam sendo obrigados a oferecerem suporte a ele,
tanto devido à questão do código de defesa do consumidor, quanto devido
ao fato de que os compradores podem simplesmente devolver ou trocar os
PCs nas lojas (dentro do prazo de 7 dias) caso não consigam usá-lo.
Tradicionalmente, os integradores pagam a “taxa Microsoft”, incluindo
alguma versão do Windows nos PCs e deixando que a Microsoft lide com o
suporte, atualizações e outros detalhes. Como a maioria das pessoas têm
familiaridade com o Windows e quase ninguém consegue respostas úteis no
suporte da Microsoft de qualquer maneira, o custo relacionado para a
Microsoft acaba sendo bastante baixo.
Ao optarem por não fornecerem o Windows nos equipamentos, os fabricantes
precisam encontrar alguma outra empresa que forneça o sistema e preste
suporte a ele, o que, novamente nos leva às “distribuições pra inglês
ver”, que recebem por cópia vendida e por isso têm poucos motivos para
fazer com que os usuários realmente utilizem o sistema.
A característica fundamental que diferencia estes produtos de
distribuições comunitárias como o LinuxMint, DreamLinux, Big Linux,
GoblinX e outros (que, apesar de receberem pouco apoio, são projetos
desenvolvidos de maneira honesta e que atendem a públicos específicos),
é o fato de que o objetivo não é oferecer um sistema que ofereça algum
diferencial e seja desenvolvido com base nas necessidades dos usuários,
mas simplesmente produzir um engodo que possa ser vendido aos
integradores e empurrado aos usuários.
Como a prioridade é fechar os contratos e gastar o mínimo possível com o
suporte posterior aos usuários, a qualidade do sistema é quase sempre
ruim, o que faz com que a maioria dos usuários simplesmente desista e
instale outra distribuição ou uma cópia pirata do Windows, o que permite
que o fabricante lave as mãos e deixe de prestar suporte.
O trabalho deficiente feito por estas distribuições acabou por criar um
forte estigma em diversos círculos, dando a impressão de que o Linux é
um produto inferior, usado em alguns modelos de baixo custo simplesmente
por ser mais barato. Ultrajados, muitos usuários mais antigos passaram a
estigmatizar estas distribuições e os fabricantes que as utilizam,
criando um clima pouco saudável.
É provável que, no futuro, empresas mais bem estruturadas e dispostas a
fazer um trabalho mais sério substituam esta primeira leva de
pseudo-distribuições, fazendo com que elas sejam lembradas apenas como
uma página negra da história, assim como as placas da PC-Chips e os PCs
sem memória cache.
Uma possível candidata seria a Canonical, que já possui contratos com
alguns integradores (como a Dell), que pagam um pequeno valor por
unidade vendida para terem acesso a serviços de personalização e
suporte. Outra possível candidata seria a Mandriva, que tem também uma
certa experiência na área, já tendo desenvolvido personalizações para
alguns integradores.