Os astronautas poderiam inadvertidamente construir uma tenda sobre uma superfície de gelo que derreteria com o calor gerado pela habitação, disse o físico da Nasa Phil Metzger, do Kennedy Space Center. Um astronauta poderia então cair no que seria equivalente a uma fenda.
Os perigos apresentados pela poeira da Lua e de Marte estão entre as maiores preocupações dos cientistas. Um foguete que desembarcasse na Lua poderia levantar nuvens de um material disperso, chamado rególito. Com pouca força gravitacional para impedir a entrada de pedras ou da poeira, fragmentos poderiam danificar o foguete ou abrir fendas.
“Isso teria o potencial de danificar a espaçonave ou alguma coisa que passe por perto”, diz Behringer.
Os soldados americanos encontraram problemas semelhantes no Iraque. A poeira se infiltra em tudo, neutralizando helicópteros e armas teleguiadas. Os motores dos tanques precisam de filtros especiais, e os computadores laptop também necessitam de proteção especial. Os equipamentos se degradam mais rapidamente, tudo por causa da poeira, cujas propriedades ainda não são totalmente conhecidas.Esses exemplos banais proporcionam mais razões para os cientistas analisarem a poeira espacial. Como se dá a distribuição dos tamanhos dos grãos? Eles são ásperos ou suaves? E como esses grãos irão reagir?
“Podemos acreditar que eles se comportam como sólidos”, diz o cientista Michel Louge, da Universidade de Cornell.”“Mas eles se comportam como um líquido quando você os derrama. E se você está num ambiente com gravidade bem reduzida, eles podem se colidir um contra o outro e ficarem suspensos, se comportando como um gás. Até mesmo na Terra, os materiais
granulares freqüentemente representam um mistério, embora o poder
da informática e da construção de modelos via computador esteja
ajudando os físicos a desvendar esse segredo.
O cientista chefe da Agência Espacial Européia Bernard Foing
declarou que poderá ser necessária mais uma década de exploração
robótica para se trazer amostras e testar o solo lunar e o solo
marciano.
“Eu recomendaria que testassem o funcionamento desses sistemas sem
a presença de pessoas… mas isso não seria uma medida popular”,
disse Allen Wilkinson do Centro de Pesquisas Glenn da Nasa.
“O problema é que não podemos ir para lá na base do esquema de tentativa-e-erro”, disse Louge.
Na Terra, os funcionários podem quebrar uma máquina, mas aí arrumam novos componentes e a consertam no dia seguinte. Já no espaço não é tão fácil assim conseguir peças de reposição.