Em uma decisão muito feliz, Brasil resolve “chutar o traseiro” da Micro$oft e diz não ao padrão de documentos que ela quer impor.
Padrão de documentos proposto pela Microsoft é rejeitado por comissão técnica brasileira. Companhia americana de software prefere não se manifestar.
Por COMPUTERWORLD
23 de agosto de 2007 – 15h40A
Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) irá votar
“não,
com condicionantes” como sua posição
oficial em
relação ao padrão de documentos
OpenXML, proposto
pela empresa Microsoft. A informação foi
divulgada em
nota hoje (23/08).A decisão define o voto brasileiro na
reunião da International Organization for Standardization
(ISO)
que acontece no dia 2 de setembro e poderá afetar todos os
usuários de computador do planeta.
A ISO definiu em 2006 o padrão aberto ODF para documentos eletrônicos como textos e planilhas eletrônicas. Isso significa que, para abrir e usar arquivos de computador, os usuários não ficarão dependentes de um único produto.
A Microsoft, porém, solicitou à ISO um procedimento de urgência (fast track) para a avaliação de um padrão de documentos, o OpenXML, que mantivesse a compatibilidade com vários produtos da empresa protegidos por propriedade intelectual.
Na ISO quem vota pelo Brasil é a ABNT, uma organização não-governamental, de direito privado, que não sofre ingerência do governo. No entanto, a associação não pode deixar de observar as decisões que a diplomacia brasileira tem tomado em relação a software livre nos fóruns internacionais.
O deputado federal Paulo Teixeira (Pt-SP) articulou uma reunião entre a ABNT e diversos representantes de ministérios e da Presidência da República no dia 20 de agosto.
Nesse encontro, o governo brasileiro decidiu optar pelo “não, com condicionantes”, após uma série de esclarecimentos feitos pelo diretor da ABNT, Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone.
A posição governamental foi unânime e contou com o apoio do Assessor Especial do Presidente, Cézar Alvarez, e representantes dos ministérios da Defesa, Planejamento, Ciência e Tecnologia, Itamaraty, Casa Civil, Serpro e Desenvolvimento, segundo o assessor de parlamentar.