O que deu errado na talidomida?
Após a descoberta, desenvolvimento, purificação,
determinação de sua estrutura química e prováveis receptores ou sistemas
envolvidos no efeito e antes de prosseguir para a etapa de ensaios
farmacológicos clínicos com seres humanos, todo fármaco passa por um
último e mais importante teste denominado ensaio de farmacogenética,
onde é aplicado em roedores (camundongos swiss, ratos winstar ou maccoe,
e porquinho da índia), coelhos (também um roedor, mas opcional,
dependendo da natureza e estrutura química do fármaco) cães
(beagles), porcos e macacos, até a terceira geração, ou seja, pais,
filhos e netos para verificar se o candidato a fármaco não produz
alterações cromossômicas ou genéticas e moleculares que gerem indivíduos
anômalos ou sindrômico (em genética não existe doença, sendo este um
termo proibido. O que existe são anomalias ou síndromes). Os ensaios de
farmacogenética levam entre sete dez anos para serem concluídos,
dependendo da indicação, do mecanismo de ação e do sítio alvo do
composto que se pretende lançar como um fármaco comercial.
A talidomida passou apenas por ensaios de farmacogenética com roedores,
que tem um mecanismo de desenvolvimento dos apêndice locomotores
diferente dos seres humanos, não sendo observado a focomelia, que foi
seu efeito mais cruel.