Publicado em 8 de abril de 2022
Pipoca de microondas causa Alzheimer?
A mais nova descoberta científica avassaladora noticiada pelo jornalismo
incompetente, inescrupuloso e tendencioso da Rede Globo dando conta de
uma suposta causa de Alzheimer parece ser apenas mais uma tentativa de
alavancagem à catapulta de alguma carreira científica patrocinada pela
emissora.
Conforme o noticiado, os pesquisadoras fizeram um ensaio de
Farmacotoxicologia com roedores e concluíram que o “diacetil” presente
em algumas marcas de pipoca para microondas causa Alzheimer, mas…
- Diacetil do que? Existe milhões de compostos orgânicos com
radicais diacetil “pendurados” e milhares deles fazem parte da
maquinaria bioquímica de todos os organismos vivos.
- Um ensaio de farmacotoxicidade realizado apenas com roedores tem o
mesmo risco de repetir o erro do ensaio de farmacogenética da talidomida,
quando utilizaram apenas roedores e resultou na tragédia da
focomelia.
- No final da década de 1990 o departamento de farmacologia de uma
grande universidade pública brasileira levou a cabo um extenso
estudo com roedores no qual ficou demonstrado que o acondicionamento
de bebidas em garrafas plásticas “pet”, que são feitas de PVC
(cloreto de polivinila) tratado com ftalato de dimetila, que deixa o
PVC transparente e flexível, aumentava a probabilidade de tumores de
próstata pela ação do ftalato de dimetila em um receptor específico
existente nas membranas das células da próstata, mas nestes mais de
20 anos não se tem evidências epidemiológicas de aumento de casos de
câncer de próstata em seres humanos. O ensaio de farmacotoxicidade
do “diacetil” da pipoca de microondas pode ter o mesmo mecanismo,
sendo maléfico sobre ratos e camundongos e não sobre humanos.